domingo, 8 de março de 2009

Controle privado da Internet e os prejuízos para o desenvolvimento da África

Alex Gakuru

“A Internet está prestes a mudar, deixar de ser uma supervia de informação livre e passar a ser controlada por grandes fortunas. Como resultado, você pode perder o seu Yahoo, Hotmail, Gmail e outras contas gratuitas de e-mail, ou elas podem tornar-se mais lentas ou pagas...”, dizia um artigo num jornal queniano1 em 15 de junho de 2006.

Entre as reações suscitadas, manifestaram-se preocupações de que o autor estaria tentando assustar os usuários – potencialmente desestimulando a adoção crescente e o uso mais amplo da Internet. Uma consultora em terceirização tomou nota do artigo por causa das suas implicações para o exercício da sua profissão. Semanas mais tarde, sem que tenham ocorrido “revelações chocantes” sobre o fenômeno assustador, a questão saiu do debate público, como sempre esquecida no fundo de algum arquivo.

Assinantes só precisavam enviar uma curta mensagem de texto para um número fornecido pela operadora de celular, e as configurações eram enviadas ao usuário quase imediatamente. Bastava salvar as configurações, desligar o telefone por alguns minutos e então religá-lo, e a pessoa estava conectada à Internet. Nenhuma necessidade de chamar assistência técnica e nenhum contrato a assinar – mas também nenhuma ciência dos termos e condições associados ao serviço. Incluíam-se entre esses termos e condições a aceitação da degradação dos serviços de dados e a preferência aos serviços de voz sempre que o operador da rede julgasse necessário...

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